sobre a dor na região lombar
A cirurgia é indicada só para
pacientes
graves
que não
melhoram com
tratamentos conservadores
Muitas vezes interpretada como doença, a dor no nervo ciático – aquela que se inicia na região lombar, passa pelas nádegas e vai até a parte mais baixa de uma ou das duas pernas – é na verdade um sintoma de outro problema.
Na grande maioria das vezes, cerca de 90% das queixas, o motivo é uma hérnia de disco que, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), afeta cerca de cinco milhões de brasileiros. Os outros 10% podem ter causas como atividades físicas pesadas, posturas erradas, tumores e fraturas na coluna.
De acordo com o médico Alexandre Elias, neurocirurgião especialista em coluna, chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a hérnia de disco é uma doença que ocorre pelo desgaste ou trauma dos discos vertebrais lombares ou cervicais, que acabam pressionando as raízes nervosas mais próximas, provocando a dor. Com o passar do tempo, o problema chega a interferir na qualidade de vida, até mesmo limitando atividades rotineiras.
"Além da dor no nervo ciático, acompanhada de dormência e fraqueza que correm para as pernas e dedos, o paciente pode apresentar ainda sintomas como formigamento e dor na região do quadril", alerta Elias.
"Mais comum em pessoas entre 30 e 50 anos, o problema acontece quando o disco intervertebral é enfraquecido ou sobrecarregado, sofrendo pequenas fissuras e rompendo as fibras que o constituem. Isto faz com que o núcleo pulposo (um material semelhante a uma gelatina de cor esbranquiçada que fica dentro de cada disco e que serve como amortecedor da coluna) ultrapasse seus limites, isto é, vá para fora do disco, pressionando o nervo que passa bem ali ao lado, no caso o ciático", reforça o profissional.
Outros fatores
Na grande maioria das vezes, cerca de 90% das queixas, o motivo é uma hérnia de disco que, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), afeta cerca de cinco milhões de brasileiros. Os outros 10% podem ter causas como atividades físicas pesadas, posturas erradas, tumores e fraturas na coluna.
De acordo com o médico Alexandre Elias, neurocirurgião especialista em coluna, chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a hérnia de disco é uma doença que ocorre pelo desgaste ou trauma dos discos vertebrais lombares ou cervicais, que acabam pressionando as raízes nervosas mais próximas, provocando a dor. Com o passar do tempo, o problema chega a interferir na qualidade de vida, até mesmo limitando atividades rotineiras.
"Além da dor no nervo ciático, acompanhada de dormência e fraqueza que correm para as pernas e dedos, o paciente pode apresentar ainda sintomas como formigamento e dor na região do quadril", alerta Elias.
"Mais comum em pessoas entre 30 e 50 anos, o problema acontece quando o disco intervertebral é enfraquecido ou sobrecarregado, sofrendo pequenas fissuras e rompendo as fibras que o constituem. Isto faz com que o núcleo pulposo (um material semelhante a uma gelatina de cor esbranquiçada que fica dentro de cada disco e que serve como amortecedor da coluna) ultrapasse seus limites, isto é, vá para fora do disco, pressionando o nervo que passa bem ali ao lado, no caso o ciático", reforça o profissional.
Outros fatores
Fatores como envelhecimento natural, exercícios físicos intensos praticados por atletas "de fim de semana"; o vício de manter a coluna com postura errada, ou o hábito de carregar pesadas mochilas nas costas (que começa ainda na infância) prejudicam a coluna ao longo do tempo e também levam à dor no nervo ciático.
Muitos homens têm o costume de levar a carteira no bolso de trás da calça, sempre do mesmo lado, e não a tiram de lá quando sentam no carro, nem quando chegam ao trabalho. Acabam passando várias horas do dia com um desequilíbrio na postura em função da carteira no bolso. Anos depois, começam a aparecer as dores e a pessoa nem imagina o motivo
Rogério Sawaia, ortopedista
O ortopedista Rogério Sawaia, do Hospital Samaritano de São Paulo, lembra que existem vícios de postura que não são percebidos no dia a dia: "Muitos homens têm o costume de levar a carteira no bolso de trás da calça, sempre do mesmo lado, e não a tiram de lá quando sentam no carro, nem quando chegam ao trabalho. Acabam passando várias horas do dia com um desequilíbrio na postura em função da carteira no bolso. Anos depois, começam a aparecer as dores e a pessoa nem imagina o motivo".
Para avaliar se a dor no nervo ciático é decorrente de hérnia de disco ou de alguma outra causa, deve-se procurar um especialista, que poderá dar o diagnóstico correto. "O exame é clínico e só pode ser feito pelo médico, que analisará o quadro e, dependendo do caso, solicitará exames", explica Elias.
Tratamentos
Em relação ao tratamento, o médico Alexandre Elias conta que, em 90% dos casos, a dor é bem controlada com medicamentos (anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares). E que podem ser acompanhados de fisioterapia analgésica, RPG ou acupuntura, sempre sob orientação médica.
Para avaliar se a dor no nervo ciático é decorrente de hérnia de disco ou de alguma outra causa, deve-se procurar um especialista, que poderá dar o diagnóstico correto. "O exame é clínico e só pode ser feito pelo médico, que analisará o quadro e, dependendo do caso, solicitará exames", explica Elias.
Tratamentos
Em relação ao tratamento, o médico Alexandre Elias conta que, em 90% dos casos, a dor é bem controlada com medicamentos (anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares). E que podem ser acompanhados de fisioterapia analgésica, RPG ou acupuntura, sempre sob orientação médica.
"A acupuntura, por exemplo, é amplamente empregada para aliviar a dor. E a melhora já ocorre após algumas sessões. Mas, ao contrário do que se pensa, apenas os pacientes graves, que não apresentam melhora da dor com os tratamentos conservadores, possuem indicação para cirurgia", complementa.
Nestes casos, a técnica cirúrgica empregada é videolaparoscópica, em que são feitos pequenos cortes na pele e no músculo para remover esse material gelatinoso que causa a pressão contra o nervo, com o auxílio de um microscópio. Em 95% dos casos, a melhora do paciente é significante ou definitiva.
"Apenas a remoção da hérnia é suficiente na extrema maioria dos casos. Alguns pacientes, no entanto, podem necessitar de cirurgias maiores e invasivas, como o implante de parafusos que, no entanto, é importante observar, deve ser considerada uma rara e última opção", pondera Elias.
Roger Brock, neurologista do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, complementa: "A técnica para remoção de hérnia é realizada apenas em 5 a 10% dos pacientes. A dor de hérnia de disco só leva à cirurgia quando o paciente tem a chamada dor refratária, que persiste após cerca de quatro meses de tratamento e repouso".
Nestes casos, a técnica cirúrgica empregada é videolaparoscópica, em que são feitos pequenos cortes na pele e no músculo para remover esse material gelatinoso que causa a pressão contra o nervo, com o auxílio de um microscópio. Em 95% dos casos, a melhora do paciente é significante ou definitiva.
"Apenas a remoção da hérnia é suficiente na extrema maioria dos casos. Alguns pacientes, no entanto, podem necessitar de cirurgias maiores e invasivas, como o implante de parafusos que, no entanto, é importante observar, deve ser considerada uma rara e última opção", pondera Elias.
Roger Brock, neurologista do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, complementa: "A técnica para remoção de hérnia é realizada apenas em 5 a 10% dos pacientes. A dor de hérnia de disco só leva à cirurgia quando o paciente tem a chamada dor refratária, que persiste após cerca de quatro meses de tratamento e repouso".
Mudança de hábito
O especialista do Hospital Sírio Libanês comenta ainda que, para evitar o problema, é preciso adquirir hábitos saudáveis como: cuidar da postura, carregar peso de forma correta, praticar atividade física com orientação, não ter sobrepeso, não ser sedentário e não ficar horas seguidas sentado no trabalho. "Deve-se mudar a posição, levantar, alongar e caminhar em intervalos de uma hora durante o trabalho ou estudo", ensina.
Alexandre Elias afirma também que é importante praticar atividade física regular e ter o peso equilibrado: "Assim, a musculatura se mantém mais firme, o que ajuda a preservar a coluna no lugar e sem sobrecarga, contribuindo para afastar as dores do nervo ciático. Porém, atividades físicas como caminhar ou nadar são contraindicadas durante uma crise aguda (com dor forte) porque existe o risco de se agravar o problema".
E o médico Rogério Sawaia, por sua vez, recomenda: "Desde criança, deve-se observar a postura. Ao assistir TV, ao estudar, ao brincar. E a mochila da escola deve ser a de rodinhas, para não ter de carregar o peso do material. Além disso, é preciso escolher atividades físicas que não forcem a coluna, a exemplo da natação. Já outras práticas esportivas que envolvam saltos frequentes e sem o devido preparo da musculatura, como acontece muitas vezes com crianças que praticam ginástica olímpica, devem ser evitadas para afastar problemas futuros", conclui.
O especialista do Hospital Sírio Libanês comenta ainda que, para evitar o problema, é preciso adquirir hábitos saudáveis como: cuidar da postura, carregar peso de forma correta, praticar atividade física com orientação, não ter sobrepeso, não ser sedentário e não ficar horas seguidas sentado no trabalho. "Deve-se mudar a posição, levantar, alongar e caminhar em intervalos de uma hora durante o trabalho ou estudo", ensina.
Alexandre Elias afirma também que é importante praticar atividade física regular e ter o peso equilibrado: "Assim, a musculatura se mantém mais firme, o que ajuda a preservar a coluna no lugar e sem sobrecarga, contribuindo para afastar as dores do nervo ciático. Porém, atividades físicas como caminhar ou nadar são contraindicadas durante uma crise aguda (com dor forte) porque existe o risco de se agravar o problema".
E o médico Rogério Sawaia, por sua vez, recomenda: "Desde criança, deve-se observar a postura. Ao assistir TV, ao estudar, ao brincar. E a mochila da escola deve ser a de rodinhas, para não ter de carregar o peso do material. Além disso, é preciso escolher atividades físicas que não forcem a coluna, a exemplo da natação. Já outras práticas esportivas que envolvam saltos frequentes e sem o devido preparo da musculatura, como acontece muitas vezes com crianças que praticam ginástica olímpica, devem ser evitadas para afastar problemas futuros", conclui.
Conheça alguns mitos e verdades
sobre a dor
na
região lombar
A fisioterapia é indicada quando a
dor é
persistente e muito incômoda.
VERDADE:
... neste caso,
o paciente deve realizar o tratamento
fisioterapêutico diariamente
até que a situação geral melhore.
Nas sessões,
o profissional
lançará mão de
alguns aparelhos
para aliviar a dor e
diminuir a inflamação,
assim como introduzirá
alongamentos e
exercícios de
fortalecimento muscular.
Caso o médico indique, um
massoterapeuta
ajudará com
massagens relaxantes
que beneficiam a
circulação sanguínea local.
O emprego de uma bolsa de água morna,
por cerca de 20 minutos,
também pode representar grande consolo
para os momentos de crise.
Uma das principais causas da lombalgia é
o excesso de peso.
VERDADE:
"Como aumenta a pressão na região, o sobrepeso origina, sim, a dor nas costas", diz o ortopedista e médico do esporte Maurício Póvoa Barbosa.
"Músculos e articulações são sobrecarregados", completa o também ortopedista e traumatologista Marco Antonio Ambrósio. "Engordar pode ser um fator adicional para a ocorrência, porém não conclusivo", arremata o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos.
Há outros agentes:
erros posturais,
principalmente,
e ainda prática de exercícios abusiva
e sem acompanhamento,
envelhecimento natural do corpo
(já que ossos e músculos perdem densidade, aumentando risco de lesões),
falta de
condicionamento físico,
gravidez,
questões emocionais
e
distúrbios como
hérnia de disco,
artrose,
osteoporose,
inflamações pélvicas,
leucemia,
anemia e
males articulares degenerativos
A lombalgia pode atingir as pernas, além da região lombar. VERDADE: como nosso corpo todo é interligado, salienta o ortopedista Maurício Barbosa, isso pode acontecer. O colega Marco Antonio Ambrósio explica que toda a inervação sensitiva e motora dos membros inferiores nasce no plexo lombosacral. "As raízes nervosas que emergem da medula espinhal atravessam pequenos espaços entre as vértebras, chamados de forames. Se, por algum motivo, tais espaços forem diminuídos e as raízes comprimidas, o indivíduo apresentará dor irradiada para as pernas, a conhecida ciática. As principais causas são as hérnias discais e as artroses lombares"
Nem sempre o exame clínico é suficiente para o diagnóstico. PARCIALMENTE VERDADE: "O exame clínico é fundamental para saber o que está acontecendo, estabelecendo diretrizes de investigação complementar e posterior tratamento", defende o ortopedista Marco Antonio Ambrósio. O também ortopedista Maurício Póvoa Barbosa assina embaixo: "o exame pode não ser suficiente, porém é a base de qualquer diagnóstico". Raio-X, tomografia e ressonância magnética ajudam a mapear o tamanho da lesão e a exata área onde está localizada. Importante: quanto antes diagnosticar e tratar a disfunção, melhor, para evitar complicações maiores e permitir o retorno às atividades diárias normais Imagem: Thinkstock
Muitas vezes, a lombalgia sinaliza outros problemas de saúde. VERDADE: a dor nas costas tem origem variada. "Problemas relacionados ao aparelho urinário e ao sistema reprodutor feminino não raro são as verdadeiras causas do distúrbio", assegura o ortopedista e traumatologista Marco Antonio Ambrósio. Há quem considere a lombalgia não uma doença, mas um sintoma, que aponta desde disfunções na musculatura da coluna até enfermidades sérias - como infecção renal, hérnia de disco e aneurisma de aorta abdominal. Se a dor persistir por mais de três dias, sem melhora, é bom informar ao médico para uma investigação mais profunda. Em tempo: a lombalgia é a principal causa de incapacidade em pessoas de até 45 anos, a terceira mais comum de cirurgias e a quinta de internações. E, em 40% dos casos, os pacientes sofrem de dor crônica
Há dois tipos de lombalgia: a aguda e a crônica. VERDADE: a forma aguda é o "mau jeito" - a dor é forte e aparece subitamente depois de um esforço físico. "Em geral, ocorre na população jovem", observa o ortopedista Maurício Póvoa Barbosa, acrescentando que a forma crônica acomete os mais velhos, com dor não tão intensa porém quase permanente. O também ortopedista Marco Antonio Ambrósio completa: "Os quadros agudos estão mais relacionados a traumas e esforços não habituais, enquanto os crônicos se enquadram fundamentalmente nas alterações posturais e nos processos degenerativos em pacientes de meia idade"
Conheça alguns mitos e verdades sobre a dor na região lombar
6 / 20
Ficar muitas horas sentado, em frente ao computador, pode desencadear o distúrbio. VERDADE: Permanecer muito tempo na mesma posição, ainda que da forma adequada, pode trazer dor lombar. Por isso, os médicos aconselham alternar períodos de trabalho sentado com pequenas caminhadas e alongamentos. Caso a pessoa sente de maneira incorreta, aí é problema na certa
Imagem: Thinkstock
É possível tratar a dor, e resolver o problema, em poucos meses. MITO: o tratamento envolve diferentes áreas e mudanças de hábito, dependendo muito da ajuda do próprio paciente. "Na conduta clínica, entra em cena uma somatória de terapias capazes de devolver o bem-estar ao indivíduo, porém este processo demanda tempo e requer a colaboração irrestrita de quem está sendo tratado", enfatiza o médico do esporte Marco Antonio Ambrósio. Para chegar ao melhor caminho, é preciso avaliar o histórico de cada pessoa e, a partir daí, indicar repouso, medicamentos, fisioterapia, exercícios físicos, RPG (Reeducação Postural Global) e até cirurgia, se for o caso. Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser empregados, assim como cuidados cotidianos: evitar movimentos errados, não ficar acima do peso, manter uma postura correta ao sentar e deitar, levantar a cada duas horas em viagens de longa duração, fazer alongamentos ao longo do dia e, após uma rotina com atividades intensas ou quando se ficou muito tempo em pé, deitar com as pernas para cima, apoiadas em um travesseiro, para relaxar a coluna
Imagem: Thinkstock
A atividade física é um dos melhores tratamentos para o distúrbio. VERDADE: "Quando a origem do problema é muscular, o exercício orientado é uma das mais valiosas armas para combater a dor", considera o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos. "Além de combater o excesso de peso, um dos vilões da lombalgia, o treino deve incluir alongamento antes e depois, o que sempre ajuda bastante", completa o ortopedista Maurício Póvoa Barbosa. De fato, indivíduos que realizam atividade física de forma regular e controlada, com bom volume de massa (trofismo) e alongamento muscular, apresentam risco menor de desenvolver quadro de dor nas costas. As modalidades mais indicadas são as de baixo impacto, como caminhada, hidroginástica, natação, alongamento e abdominais. É importante fazer ginástica sob orientação profissional, com intensidade progressiva para melhorar o condicionamento e fortalecer as regiões atingidas
Conheça alguns mitos e verdades sobre a dor na região lombar
9 / 20
Na fase aguda, o exercício não é indicado. VERDADE: neste período, o paciente precisa de repouso e deve evitar os treinos, que poderiam piorar a dor. Uma boa opção para os momentos de crise é deitar de lado, em posição fetal, com as pernas encolhidas. Qualquer movimento de tração, manipulação, torção, alongamento e massagem não são indicados. Mas, tão logo a crise acabe, a prática regular de exercícios deve ser retomada. "Após o tratamento da lombalgia, para evitar recorrência ou piora, medidas de reabilitação, condicionamento físico, correção postural, adequação dietética e controle de peso são muito importantes - e, nesse momento, é ótimo fazer atividades esportivas", indica o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos
É possível prevenir a lombalgia com cuidados simples no dia a dia. VERDADE: a correção postural, por exemplo, é a primeira providência a ser tomada, especialmente a maneira como a pessoa senta na escola ou no trabalho. "A prevenção da lombalgia de origem muscular e sobrecarga na coluna começa com controle de peso, condicionamento muscular e ajuste postural nas diversas atividades cotidianas", sustenta o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos. Várias outras atitudes ajudam, conforme indica o ortopedista Maurício Póvoa Barbosa: evitar carregar peso; não permanecer curvado por muito tempo; quando se abaixar, flexionar os joelhos sem dobrar a coluna; evitar colchão mole ou duro demais, principalmente se o indivíduo é muito magro; prestar atenção na postura em todas as situações, como ao dirigir automóvel, por exemplo; manter um bom alongamento muscular, especialmente das pernas; para quem trabalha em pé, tomar todo o cuidado com a coluna; e, quando fizer exercício com peso, proteger as costas deitando ou sentando com apoio. O público que fica muito tempo na mesma posição deve fazer intervalos para alongar a coluna e minimizar a pressão e o esforço na região lombar. Último toque: tratamentos alternativos, como fórmulas e massagens, só devem ser adotados com o aval do médico especializado no assunto
Imagem: Freddy Van Camp/Divulgação
A cirurgia só é indicada para casos extremos. VERDADE: em 85% das ocorrências, ela não é necessária. Na grande maioria dos casos, atitudes como perda de peso e atividade física regular, com fortalecimento da musculatura abdominal e alongamento dos membros inferiores, obtêm sucesso. "Quando há uma doença na estrutura da coluna vertebral, afetando áreas como o disco intervertebral, as facetas articulares, o alinhamento das vértebras ou o diâmetro em que se localizam os nervos, opta-se pela cirurgia", diz o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos. O médico do esporte Maurício Barbosa considera que cada caso deve ser avaliado individualmente, "mas é claro que sempre preferimos tratar sem operação, que só é cogitada quando não há mais opções". Mesmo dores oriundas pela hérnia de disco, por exemplo, são resolvidas sem intervenção. "Procedimentos cirúrgicos são exceção, indicados para quadros especiais - como escorregamento da vértebra, que é progressiva - , e na falha dos métodos conservadores", completa o também médico do esporte Marco Antonio Ambrósio. É importante salientar que, se a conduta adequada não for feita, metade dos pacientes que sofrem um episódio de lombalgia terá pelo menos uma nova crise em menos de um ano. Há vários motivos para alguém apresentar o problema e, para saber as melhores terapias, é fundamental que o médico identifique a origem, quer dizer, acerte no diagnóstico
Se tomar remédio para dor nas costas, vou me tornar viciado. MITO: a maioria dos medicamentos de primeira linha para esta finalidade não são viciantes. Quem afirma é Eduardo Iunes, graduado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita filho (Unesp), com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e membro titular da Sociedade Brasileira de Coluna. "Com diagnóstico adequado, plano de tratamento definido e monitoramento médico apropriado, os remédios ajudam. Se o profissional prescreveu o analgésico codeína, por exemplo, é importante que o paciente compreenda que o fármaco integra um plano de tratamento que inclui outras opções para aliviar a dor, como a fisioterapia e a prática de exercícios físicos"
Imagem: Eduardo Knapp/Folha Imagem
A disfunção acomete mais os idosos. MITO: cada vez mais indivíduos de todas as faixas etárias aparecem com dor lombar, conforme ressalta o ortopedista Marco Antonio Ambrósio. Em outras palavras, crianças, jovens e adultos podem sofrer com o problema, apresentando causas e intensidades diferentes. "Na maioria absoluta desses casos, algum distúrbio postural está presente de forma preponderante". Maurício Barbosa, médico do esporte, concorda. "Atinge pessoas de qualquer idade, ainda mais a nova geração que passa muito tempo em frente ao computador, sentada de maneira incorreta"
Imagem: Getty Images
Dormir em colchão duro evita a dor nas costas. MITO: "Todos concordam que colchão muito macio é fator desencadeante da dor lombar. Porém, não podemos afirmar que um colchão inflexível seja fator decisivo na prevenção do mal", diz Marco Antonio Ambrósio, acrescentando que o recomendável é escolher um modelo adequado ao peso e à altura, firme mas não rígido, para acomodar as costas de forma apropriada
Imagem: Getty Images
Salto alto é prejudicial à coluna e pode gerar a disfunção. VERDADE: o motivo é que exige maior esforço da coluna: quando é muito alto, leva a mulher a forçar a curvatura das costas para trás de forma a manter o equilíbrio. "O uso deste calçado aumenta a solicitação sobre a musculatura lombar, e pode ser fator propulsor para a dor", observa o ortopedista Marco Ambrósio. Paradoxalmente, o sapato sem salto algum também leva ao distúrbio por exigir trabalho extra dos músculos das pernas. Por isso, o ideal é usar o salto baixo, de até no máximo 4 cm
Dores por mais de três meses já são consideradas
crônicas. MITO:
"Para ser crônica, a dor precisa estar
alojada há mais de seis meses,
e sem nenhuma melhora com o tratamento",
esclarece o ortopedista Maurício Barbosa.
No mundo, a incidência da lombalgia é impressionante:
além do fato de que 85% da população têm ou terão ao
menos um episódio ao longo da vida,
calcula-se que 40% sofrerão com as dores crônicas
crônicas. MITO:
"Para ser crônica, a dor precisa estar
alojada há mais de seis meses,
e sem nenhuma melhora com o tratamento",
esclarece o ortopedista Maurício Barbosa.
No mundo, a incidência da lombalgia é impressionante:
além do fato de que 85% da população têm ou terão ao
menos um episódio ao longo da vida,
calcula-se que 40% sofrerão com as dores crônicas
Imagem: Getty Images
Conheça alguns mitos e verdades sobre a dor na região lombar
17 / 20
As dores crônicas
geralmente atacam pessoas de mais idade.
VERDADE:
a explicação é que elas vão evoluindo
progressivamente.
Embora não sejam tão fortes como as agudas,
são praticamente permanentes.
"Comumente, o indivíduo mais velho
tem
quadro de artrose lombar no desenvolvimento da dor",
explica o ortopedista Marco Ambrósio.
Vale considerar, ainda, que na terceira idade os
discos intervertebrais
tendem a diminuir de tamanho
por causa do envelhecimento,
fazendo com que as vértebras
encostem e se esfreguem umas nas outras
geralmente atacam pessoas de mais idade.
VERDADE:
a explicação é que elas vão evoluindo
progressivamente.
Embora não sejam tão fortes como as agudas,
são praticamente permanentes.
"Comumente, o indivíduo mais velho
tem
quadro de artrose lombar no desenvolvimento da dor",
explica o ortopedista Marco Ambrósio.
Vale considerar, ainda, que na terceira idade os
discos intervertebrais
tendem a diminuir de tamanho
por causa do envelhecimento,
fazendo com que as vértebras
encostem e se esfreguem umas nas outras
RPG é um dos métodos mais eficientes para resolver o
problema.
VERDADE:
e isso tanto para jovens como para idosos.
A abordagem da Reeducação Postural Global propõe
uma visão integrada, promovendo a conscientização
corporal e resultando em amplitude de movimentos,
relaxamento, fortalecimento muscular e
consequente alívio da dor.
Durante a prática,
são empregadas
posturas de alongamento muscular ativo e progressivo
associadas a respiração e técnicas específicas,
restabelecendo a harmonia entre os músculos e
interrompendo o ciclo de desenvolvimento de tensões
e desconfortos.
Assim, corrigindo o mau uso
que o aluno faz de seus
músculos,
ossos e
articulações,
restitui a boa morfologia
e induz a movimentos conscientes
problema.
VERDADE:
e isso tanto para jovens como para idosos.
A abordagem da Reeducação Postural Global propõe
uma visão integrada, promovendo a conscientização
corporal e resultando em amplitude de movimentos,
relaxamento, fortalecimento muscular e
consequente alívio da dor.
Durante a prática,
são empregadas
posturas de alongamento muscular ativo e progressivo
associadas a respiração e técnicas específicas,
restabelecendo a harmonia entre os músculos e
interrompendo o ciclo de desenvolvimento de tensões
e desconfortos.
Assim, corrigindo o mau uso
que o aluno faz de seus
músculos,
ossos e
articulações,
restitui a boa morfologia
e induz a movimentos conscientes
Imagem: Patrícia Santos/Folha Imagem
Quanto mais forte e alongada for a
musculatura,
menos chance
de surgir lombalgia.
VERDADE:
ficar muito tempo sentado
em posições não ergonômicas,
e com postura fixa,
gera sobrecarga muscular
e dor lombar,
afirma o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos,
acrescentando que o condicionamento da musculatura
reduz as ocorrências.
"Além de diminuir a carga dos músculos,
ajuda a não desenvolver dores",
diz o ortopedista Maurício Póvoa Barbosa.
O colega Marco Antonio Ambrósio completa.
"Os músculos
dissipam
grande parte da carga aplicada pelo corpo na
região lombar.
Estando os mesmos fortes e alongados,
o peso sobre a coluna é minimizado e,
assim, diminuem as chances de se desenvolver dor"
musculatura,
menos chance
de surgir lombalgia.
VERDADE:
ficar muito tempo sentado
em posições não ergonômicas,
e com postura fixa,
gera sobrecarga muscular
e dor lombar,
afirma o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos,
acrescentando que o condicionamento da musculatura
reduz as ocorrências.
"Além de diminuir a carga dos músculos,
ajuda a não desenvolver dores",
diz o ortopedista Maurício Póvoa Barbosa.
O colega Marco Antonio Ambrósio completa.
"Os músculos
dissipam
grande parte da carga aplicada pelo corpo na
região lombar.
Estando os mesmos fortes e alongados,
o peso sobre a coluna é minimizado e,
assim, diminuem as chances de se desenvolver dor"
Imagem: Thinkstock 20 / 20
20 fotos
A fisioterapia é indicada quando a dor é
persistente e muito incômoda.
VERDADE:
... neste caso,
o paciente deve realizar o tratamento
fisioterapêutico diariamente
até que a situação geral melhore.
Nas sessões,
o profissional
lançará mão de
alguns aparelhos
para aliviar a dor e
diminuir a inflamação,
assim como introduzirá
alongamentos e
exercícios de
fortalecimento muscular.
Caso o médico indique, um
massoterapeuta
ajudará com
massagens relaxantes
que beneficiam a
circulação sanguínea local.
O emprego de uma bolsa de água morna,
por cerca de 20 minutos,
também pode representar grande consolo
para os momentos de crise.
Veja também:
... .:.